Sobre sorrisos na chuva! Ou falta de (im)paciência.

São Paulo. Horário de Rush. La fora uma chuva só. Um céu escuro de amedrontar. Ao meu lado um companheiro de longas datas. No som uma música que dizia mais ou menos assim : "Levante-se para a volta por cima, levante-se, junte suas mãos com as minhas.Levante-se para a volta por cima hoje a noite".
Foto de WeHeartIt

Não sei quando começou, mas quando percebi, estávamos os dois parecendo loucos. O transito quase não andava. Paramos no sinal. Ao olhar em volta via todos emburrados. Olhando no relógio.Apressado.Carros insufilmados, onde não se via mais que a parte de fora. E nós? Janelas um pouco abertas, alguns pingos molhando o carro. Todos que nos olhavam nos chamavam de loucos. Balançávamos a cabeça, cantávamos alto e batíamos palma no ritmo da música. Acho legal andar de carro com alguém que tem uma sintonia tão grande comigo.

 Mesmo com nossa bobice, percebi uma senhoria do lado de fora do carro! Tinha marcas de uma vida no rosto. Tinha olhos de céu. Usava uma capa de chuva laranja. Me fez rir. Estava entregando jornais. Estes que entregam nos sinais, e que nós nunca lemos. Só jogamos no banco de trás.

 Ninguém sequer abriu a janela para receber a tal senhora. E os que estavam com a janela aberta, nem sequer olharam. apenas pegaram o jornal. Emburrados. E continuaram a olhar para frente.

 Enquanto eu sorria para ela, ela passou por nós sem perceber. Aí que chamei! Hey, moça...entrega esse jornal pra mim também?! Com um dos sorrisos mais puros que tenho. É só pra eu sentir um agradinho hoje.

Ela sorri tão francamente, nos entrega um jornal. Claro meu filho! O sinal abre. Eu e meu companheiro damos um Boa Tarde, e o recebemos, com tanta sinceridade. E continuamos a viagem balançando as cabeças. Batendo palmas e sorrindo. Deu pra ver, pelo retrovisor, quando a senhoria sorrio e balançou a cabeça, olhando para nosso carro. Continuei a observá-la, até perdê-la de vista.

 Nossa viagem de volta pra casa seguiu ao som de Dave Matthews. Com nós parecendo bobos por qualquer um que olhasse de fora. Não importava se para os outros fossemos ridículos cantando e dançando nas ruas da terra da garoa. É algo simples assim que faz uma atividade antes massante se tornar algo divertido. 

 As vezes a gente se preocupa com o tempo perdido, e isso em qualquer situação, murmurando reclamações atrás de reclamações, mas no fim, o que mais poderíamos fazer em um congestionamento, onde tudo parece que nunca irá andar? 

Voar por cima de tudo ainda não sei(ainda), mas ao menos posso grato por ouvir um bom som, com um grande amigo, e fazer uma súbita amizade nova que conheci em pleno trânsito ;) 

Texto inspirado numa história lida no facebook do Pedro! Últimas frases  em itálico são do próprio  Pedro! Valeu pela inspiração :D

Uma saudade chamada ME!


2003. O ano que deu início à melhor coisa da minha vida. E hoje. A coisa que mais sinto falta na minha vida.
Foram quase dez anos dormindo fora de casa. Quase dez anos passando TODO sábado, a tarde inteira à disposição do movimento escoteiro.
Foram anos de amor sincero. Anos de carinho intenso.
Nestes anos, aprendi a crescer. Aprendi a confiar. Aprendi a acreditar que o mundo tem jeito. Aprendi a acreditar nas pessoas a minha volta. Foi por causa desses anos que eu tenho uma fé incrível que vamos mudar o mundo.


Esses anos também me fizeram amar ao próximo com pouco contato. Nestes anos conheci pessoas incomparáveis. Não queria citar nomes, não quero esquecer-me de citar algum nome, mas cada um que conheci nessa jornada fez minha vida melhor. Fez-me acreditar nas pessoas, porque foram pessoas que me amaram sem me conhecer.
Disse que não queria, mas não dá pra deixar de citar algumas pessoas, mesmo sem falar seus nomes. Talvez uma melhor amiga e um melhor amigo. Pessoas que me amaram com tanta, mas tanta verdade, que estão na minha vida para sempre. São pessoas que me conhecem. Amam-me mesmo assim. E estão do meu lado para tudo. Talvez um guri de longe, que se vi duas vezes foi muito, mas um guri que me fala com tanto carinho, que faz o peito doer de saudade. Talvez irmãs que me acolheram sem me conhecer. Num lugar onde não conhecia ninguém, e me fizeram sentir parte de uma família. Talvez chefes que são como Pais. Chefes que me acolhem com tanto amor quando me veem. Chefes que acreditam em mim, e me fazem acreditar mais ainda em mim. Chefes que me ensinaram o quão bom é acreditar e amar alguém pura e verdadeiramente.
Talvez ainda, os grandes amores da minha vida. Sim. OS. Tive vários amores dentro do movimento, e foram pessoas de um acampamento, de um dia, de semana, de meses. Foram garotos que me fizeram crescer como pessoa.
E ainda os amores amigos. Os de lá, da cidade do lado. Que eu olho com tanto carinho, que eu quero abraçar a todo o momento, que eu sei, que do mesmo jeito que eu olho por eles daqui, eles olham por mim de lá.
E TODOS. Sem por nem tirar, deixaram uma saudade na minha vida, insubstituível.
Estes anos me ensinaram á olhar para o céu. Ensinaram-me que tem pessoas insubstituíveis. Que se vão pra não voltar. E fazem uma falta. Estes anos me ensinaram a olhar o mundo como algo lindo. A valorizar cada gota de chuva. Cada grão de terra. Cada folha de árvore.
Me ensinaram á me machucar e me curar. Ensinaram-me a deixar desavenças de lado, e esquecer qualquer diferença. Ensinaram-me á cuidar primeiro do próximo. A olhar primeiro para ele. A amá-lo em qualquer circunstancia.
Mas mais do que tudo. Estes anos me ensinaram que não há nada melhor que o Movimento Escoteiro nas nossas vidas. Ensinaram-me que, você nasce com vocação para ser escoteiro. Ou é, ou não é. Não existe meio termo. Me ensinaram que, por mais que os anos passem você fez uma promessa, que será eterna em sua vida. Que mesmo não tendo ninguém para cobrar. VOCÊ vai se cobrar. Você vai cumpri-la a cada momento, e vai dar valor a cada coisa aprendida dentro deste movimento apaixonante.

Que esta falta acabe logo, que eu volte logo, que vocês me amem novamente. E que vocês, do movimento, continuem me amando. Pois eu os amo. E os quero bem.

Sempre Alerta ! ♥