O problema

Porque chega uma hora em que você começa a pensar: Seria o problema então, comigo ?

Eu sei, vocês dirão: Imagina! você é linda! inteligente! e bla bla bla...

E, apensar de tudo, o problema ainda é comigo.
O problema é acreditar que demonstração maior de carinho é mais do que carinho. É ler entrelinhas que na verdade, nem estão alí. O problema é entregar o coração fácil demais, à quem demonstra carinho em excesso, apesar de não existir carinho em excesso.

O problema é comigo, em ser super-romântica, e ainda querer um romance de filme, e quando as coisas estão parecendo filme, esquecer que este acaba quando o casal fica junto. Não mostra o depois.

E o depois sempre dói.

O problema vai continuar sendo comigo, por muito tempo, até que o problema seja com outro alguém, e este problema seja colado ao meu, e resolvido.
Enquanto isso ? Ainda vou olhar pro lado, e imaginar coisas, e inventar amores, e viver paixões que se vão como chegam. Sem anúncio. Sem espera.

O problema é sempre esperar demais,

Claustrofobia


Estou presa sem ver onde estou. Meus passos são pequenos. Medrosos. Não posso fazer barulho. Não posso correr. Não posso voar.
Olho pela janela, e já não vejo. Não vejo meus olhos. Não vejo meu chão.
Quero sair de onde estou, quero correr.
Essa janela escurece à noite. Me deixa o breu da solidão. Ela me fecha, ela me prende.
Essas portas escancaradas, se fecham.
Claustrofobia.
Esse lugar parece me fechar. Parece me prender.
Ainda não sei como fugir. Preciso. Necessito. Não consigo.
Quero que a noite chegue clara. Quero que a lua me ilumine. Mas aqui ela não alcança.
E quando chega o sol. Ele me clareia, de forma brutal.
Preciso sair daqui.
Preciso correr daqui.
Preciso voar daqui.

Vício


São Paulo é uma cidade louca. Divida entre correria e calmaria. É uma cidade que te consome, quer você queira ou não. São Paulo não pergunta se pode. Faz da sua vida correria, faz da sua vida loucura. E você não consegue sair disso.

São Paulo vicia. Não escolhe raça, cor, credo, religião. Te engole e te faz querer mais e mais São Paulo.

É exatamente vício. Te faz bem por um tempo, depois começa a te consumir. E você não consegue mais fugir. Se fica longe, dá abstinência. Teu corpo pede pela, loucura de São Paulo.