Quando a última flor cair.

Quando a ultima flor cair, e ela há de cair,não haverá mais sentido no dia, na noite. No inverno ou no verão.
Quando a última flor cair, e ela há de cair,cairão junto meus sentidos. Não haverá mais paladar, olfato, visão, audição e tato.




Quando a última flor cair, e ela há de cair, cairão também os poderosos. Cairão os grandes, os ambiciosos. Cairão os pequenos, os simplórios. Cairão todos, pois a última flor caiu.
Quando a última flor cair,e ela há de cair, cairão os conceitos, os preceitos, os pré-conceitos. Cairão as diferenças, cairão as discriminações, cairão as mudanças, cairão as classificações.
Quando a ultima flor cair, e ela há de cair, cairão os bens materiais, cairão casas, carros, dinheiro. Cairão os ricos e os pobres. O fraco, o oprimido, o opressor.
Quando a última flor cair, e ela há de cair, cairão as dores, o mal, o terrível. Cairá a culpa, a gana, a gula.
Quando a última flor cair, e ela há de cair. Cairei também. Descerei aos infernos, subirei aos céus, passarei por planos e contra-planos. Conhecerei o inconhecível, verei o invisível, e esquecerei o inesquecível.
Quando a ultima flor cair, e ela há de cair.




Nenhum comentário:

Postar um comentário